7.2.07

Falar sobre design...

Quando eu estava preparando meu terceiro artigo para o Grito fui convidada a dar aulas na graduação específica da Anhembi Morumbi sobre nada mais, nada menos, que Design Gráfico. E qual foi minha reação? Foi um misto de surpresa, felicidade, ansiedade e, tenho que confessar, medo. Por que medo? Porque tenho que falar durante 17 dias consecutivos sobre algo que está muito dentro de mim e que eu aplico com naturalidade em meus projetos.

Projetos? Sim! Design significa, na forma mais simplificada, desenho. Mas eu defino a atividade do designer como projeto porque nós não fazemos "apenas" uma "carinha bonita" para o site - mesmo porque o bonito ou o feio são definições bastante subjetivas. Nós aplicamos conceitos, regras e fundamentos de cor, forma, diagramação, marketing, programação, interatividade, tudo isso relacionado ao que o cliente deseja.

E é muito gratificante selecionar entre tantas variáveis e chegar a um resultado que engloba todas as necessidades relacionadas no briefing, dar funções às formas e aos elementos estéticos a fim de comunicar e fundamentar seu projeto.

Fazer design é fazer projeto e, além disso, um projeto de comunicação. Não dá para achar que design é uma qualidade do produto, algo ditado pela moda, pela estética em voga. Design é substantivo, todo projeto é fruto de design porém a funcionalidade e a comunicação só são atingidas se ele é bem realizado e obedece algumas regras.

Porém, apenas usar as regras não garante ao projeto um bom resultado já que elas estão aí para todos. A diferença no resultado dos projetos está no modo de selecionar e compor com intenção e domínio sobre o resultado da composição. Nós, designers, somos os árbitros desse jogo, nós aplicamos as regras de acordo com a nossa interpretação do problema sempre baseadas no briefing. É claro que é bom termos estilo próprio mas o reconhecimento deve vir para a empresa/cliente, e não para o designer.

Ser sutil, exagerado, simples, complexo, é possível sempre, depende do objetivo que queremos atingir. Mas não podemos esquecer de atender o cliente em suas reais necessidades e deixar nossas realizações pessoais para os projetos experimentais.

Essas são algumas coisas que pretendo falar para meus alunos durante o curso e espero que alguns deles se encantem por esta profissão tão complexa, envolvente e desafiadora!



Helena Sordili .::. helena@grito.com.br

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