Processo criativo: qual a questão?

Quando vamos começar a desenvolver um trabalho algumas questões rondam nossos pensamentos: Como projetar um site? Quais os fatores que influenciam a criação? Bem, é claro que o briefing do cliente é importante mas, vamos supor que, de posse de um bom briefing você precisa começar a criação. Por onde começar?

Em primeiro lugar, escolha as matérias-primas do seu site: cores, formas, imagens, links. Invista seu tempo e visite o maior número de sites possível, busque suas referências. Analise o que é esteticamente bom ou ruim, funcional ou não. Depois disso combine-as! Não tenha medo. Teste muitas possibilidades, crie as composições mais diferentes possíveis porém não esqueça de hierarquizar os elementos. Dê o destaque certo para cada objeto da página. Por fim, avalie: há equilíbrio no conjunto? Se a resposta for sim, ótimo! O importante é manter a mesma qualidade visual em todo o site, de modo que a estrutura fique evidente. Lembre-se que encontrar uma unidade na variedade também é uma forma de usar e exercitar a criatividade, tente relacionar coisas imprevistas. Dê vida às suas idéias usando esse recurso.

Exercite a criatividade: design é como um músculo, é preciso desenvolvê-lo e então mantê-lo. Não pense que uma idéia é única e absoluta, use tendências, deixe seu site maleável ao ponto de ser transformado sem que o fator tempo prejudique a atualização. Lembre-se que não há tecnologia de ponta que possa fazer de você um bom designer e que é (uma triste) ilusão achar que vamos projetar e alguém vai executar exatamente como pensamos, o designer precisa conhecer os processos de produção para arrancar do meio todas as suas possibilidades, ou as possibilidades necessárias para cada tipo de projeto.

É importante também ter estilo mas não ser dono de uma idéia única. Não devemos aplicar uma resposta que deu certo em determinado caso para todos os clientes, isso costuma não funcionar! Por esse motivo é que se deve trabalhar dentro das necessidades e do perfil da empresa que contratou seus serviços. Não adianta impor condições visuais, o site é do cliente! Deixe as realizações pessoais para projetos experimentais ou de concepção artística. Teste a linguagem e as idéias nesse tipo de projeto, mas só aplique conceitos e resultados testados e aprovados em trabalhos de clientes.

Talvez você esteja se perguntando: mas assim não vou cair no lugar comum? A resposta é não! Cada projeto tem a sua resposta e é ilusão achar que todos precisam ser portais, por exemplo. Pense diferente, faça metáforas e encontre a linguagem certa para cada problema. Ao final de cada criação precisamos ter a sensação de dever cumprido e a necessidade pulsante de continuar! Criar deve ser prazeroso para que a satisfação e a concepção da idéia esteja transparente no trabalho desenvolvido.



Helena Sordili .::. helena@grito.com.br